terça-feira, 17 de novembro de 2009

Como minha paixão pela história começou

Bem, o blog é pessoal; é MEU! rsrs! =)

Então, creio, nada melhor do que eu começar registrando coisas pessoais; e, como o meu principal objetivo nesse (ou em outro que, posteriormente, poderei criar) blog é externar meus textos sobre a história do Brasil, Espírito Santo e Mimoso do Sul, penso que devo começar falando de como a História (agora com "H" maiúsculo) entrou, apaixonadamente, em minha vida.

Tinha eu quatorze anos de idade quando deixei de morar com a minha mãe, Selma Gonçalves Moraes, e fui viver com o meu pai, Maerson David França. Ambos estavam separados à cerca de dois anos. Meu pai havia se casado novamente, com a minha agora considerada segunda mãe, Liege Lacerda Guarçoni. Fui, pois, morar com eles.

O filho mais velho de Liege, André Guarçoni Martins (Liege, assim como meu pai, já tinha filhos do casamento anterior), tinha uma das revistas em quadrinhos da coleção de Astérix. "Achei" essa revista na estante, e, como assíduo adorador de quadrinhos que era, "devorei" a revista em menos de uma hora. Quem conhece a história de Astérix, sabe que este é um gaulês que vive em uma pequena vila, ainda independente do Império Romano, numa Gália conquistada a poucos anos por Caius Julius Caesar.

Li e reli a revista solitária incontáveis vezes (a propósito, a revista era "Asterix e os Godos"). Naquela mesma estante havia duas enciclopédias, "Delta Larouse" e "Conhecer". Sim, jovem leitor, "antigamente" toda residência com crianças em idade escolar era praticamente obrigada a ter essas enciclopédias: ainda não existia Internet para se pesquisar. Todos que viveram naqueles "pretéritos" tempos conhecem bem a hoje quase extinta profissão dos vendedores de enciclopédias, que iam nas escolas e nas nossas casas vender essas coleções. Épocas "difíceis" onde não existia o "copiar-colar".

Obviamente que eu já havia estudado algo sobre o Império Romano na escola; mas, para mim, na época, História era apenas mais uma matéria em que tinha que tirar nota dez, em minha "eterna competição" de notas com os coleguinhas do Colégio Nacional, aonde eu estudava. Mas, certa vez, folheando a enciclopédia "Conhecer", li algo sobre os Godos. Ora - pensei eu - mas então os godos da revistinha do Asterix realmente existiram? Procurei sobre os gauleses, e lá também estavam eles contemplados! Gauleses e Godos realmente haviam existido no passado! Procurei também sobre uma possível existência real do Astérix, na "esperança" de que ele também fosse um personagem histórico, tal como era Júlio Cesar; frustrei-me ao ver que ele era apenas ficção... mas alegrei-me ao ver, já na enciclopédia "Delta Larouse", que o chefe Vercingetorix e que a batalha de Alesia realmente haviam existido/acontecido!

[Observação: se você não conhece Asterix, certamente está um tanto embolado com as informações acima. Tentei ser inteligível. Mas, se ainda assim emboslaste-te, isso é problema teu - "pesquise" do Google!.]

Daí em diante, mergulhei nas "pesquisas". Primeiro, procurei saber tudo sobre o Império Romano, sobre a Gália, sobre Julio Cesar, depois sobre os Godos, os "Bárbaros", fui "descendo" no tempo através da Grécia, depois Egito e Mesopotâmia; posteriormente, fui "subindo", pesquisando sobre a Idade Média européia, a formação dos Reinos centralizados na Europa, passei depois para China, Índia, América pré e pós-colombiana, etc, etc, etc. Ah! Concomitantemente, fui adquirindo paulatinamente, com o dinheirinho que economizava dos lanches, as outras revistas da coleção do Asterix; em alguns meses, eu já possuía a coleção completinha.

[Mais uma observação: quando nos mudamos, em 1991, de Vitória para Mimoso do Sul, onde morei por um ano e meio, e onde meu pai e minha segunda mãe vivem até hoje, minha preciosa coleção foi levada para a "roça", que é como chamamos coloquialmente a fazenda que era de propriedade do "Seu" Domigos Guarçoni, pai de Liege. A coleção ficou "confinada", juntamente com uma série de outras revistas, jogos e bugigangas sortidas, numa casa de colono que estava vazia. Com o passar dos anos, as revistas foram se deteriorando por causa da humidade e das traças. Consegui, porém, salvar algumas delas, que hoje guardo com muito carinho.]

Enfim, assim iniciou-se essa paixão incontrolável que tenho pela História. Na época, ainda uma criança, meus recursos eram aquelas enciclopédias. Cheguei à ser proibido de pegá-las, pois eu as estava destruindo de tanto que as folheava. Depois, "descobri" as bibliotecas, aonde passava eu horas e horas lendo, anotando, pesquisando. E, quanto mais eu lia e pesquisava, mais eu queria aprender e procurar novos assuntos. Uma coisa "puxava" a outra, um assunto me levava a outro assunto, e assim fui indo, anos e anos, cada vez me aprofundando mais, e cada vez me apaixonando ainda mais.

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