quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Coelho dos Santos - Silvestre e José, Mestre e Doutor. (Parte 1)

Doutor José, filho de Mestre Silvestre

Construir uma narrativa histórica sobre uma personagem pouco documentada não é tarefa fácil. Longe dos holofotes dos jornais, mestre Silvestre, nascido escravo e falecido fazendeiro, deixou poucos documentos conhecidos que pudessem nos nortear em uma construção mais detalhada de sua história. Restou sedimentada de sua passagem pelo mundo, porém, a sua memória: um negro escravo que, laborador nos oficios de carpinteiro e pedreiro, e com o fruto de seu trabalho, conseguiu comprar a própria alforria e, mais tarde, conseguiu formar o filho na Faculdade de Medicina da Côrte, no Rio de Janeiro. Isso foi o que a memória guardou.

Assim, foi com essa parca - porém elucidativa - documentação que consegui dispor, que iniciei esse escrito sobre mestre Silvestre. Certamente, um biógrafo que se debruce com mais afinco ainda descortinará muitos mais documentos. Não fiz detalhadas pesquisas cartorárias ou paroquiais, que demandam tempo e recursos. Mas acredito que com o que pudemos reunir, podemos dar um ponta-pé inicial bem fundamentado sobre a sua vida. Deixemos que um pesquisador, no futuro, traga mais luz à essa interessante história. E, também, que possa corrigir algum equívoco que, porventura, eu possa ter cometido.

Primeiramente, a sua origem. Como descobrir de onde teria vindo mestre Silvestre? O mais antigo documento que consegui "garimpar" que cita a presença de mestre Silvestre na região do médio Itabapoana é datado de 1863. Exatamente o mesmo ano que nasceu um de seus filhos, José. Assim, mestre Silvestre teria sido um dos primeiros povoadores da região de São Pedro de Itabapoana. De posse dessa informação, somando com alguns fatos que averiguei depois, logo levantei a presunção de que ele poderia ter vindo de Minas Gerais. Houve um intenso movimento de migração, nessa época, de uma região mineira para o médio Itabapoana. A região de Oliveira, Bonsucesso e entornos, de onde saíram muitos dos primeiros fazendeiros de São Pedro do Itabapoana.

Como, conforme disse eu, não tinha tempo e nem recursos para pesquisar nos registros cartorários e paroquiais contemporâneos (teria que pesquisar nos cartórios de São Pedro e Mimoso, em arquivos paroquiais em Apiacá e nos arquivos da antiga Freguesia de São Luiz Gonzaga - Limeira - que estão guardados em Campos), resolvi compulsar antigos censos demográficos de Minas Gerais, na esperança de encontrar alguma luz. E, interessantemente, acredito que encontrei o que procurava. Fiz uma intensa busca nos registros dos censos mineiros de 1831/32 e 1838/40, disponibilizados pelo NPHED/Cedeplar da UFMG. Minha "missão" foi ler os registros de todos os censos, de todas as freguesias, de todos esses anos, em busca da seguinte informação: haveria algum escravo de nome "Silvestre" trabalhando para alguma família com o sobrenome "Coelho dos Santos"?

E por que isso? O nome completo de Silvestre, quando já livre e morador na freguesia de São Pedro do Itabapoana, era Silvestre Coelho dos Santos. Considerando verídica a informação que a memória guardou - de que era ex-escravo - , imaginei que com essa cansativa busca eu poderia encontrar quem eu procurava. Isso porque, na época, os escravos não possuíam, via de regra, sobrenome. No máximo uma alcunha, geralmente relacionada com a "raça" ou com a região africana de onde vieram. Quando alforriado, era de praxe que o ex-escravo tomasse para si o sobrenome da família de seu antigo senhor. Assim, explica-se porque procurei, em todos aqueles censos, algum escravo de nome "Silvestre" que trabalhasse para alguém de alguma família "Coelho dos Santos".

E, conforme disse mais acima, encontrei. Numa busca muito trabalhosa, encontrei apenas um único caso que combinou um escravo de nome "Silvestre" com uma família de sobrenome "Coelho dos Santos". Era um indício forte. E, daí em diante, ao analisar melhor esse caso único, as "coincidências" foram aumentando. Esse jovem escravo Silvestre era um dos poucos, das dezenas de escravos daquela família Coelho dos Santos, que tinha um ofício: era carpinteiro. E mais; a região aonde viviam era a mesma região de onde partiu significativa porção dos primeiros povoadores de São Pedro do Itabapoana: Bonsucesso e Oliveira. Os dados batiam. Tudo indicava que minha busca foi bem sucedida.

É importante que se diga, porém, que esses elementos são enorme indício, mas não são fulcrada prova. Destarte, considerando que servem como boa fundamentação, trabalharei doravante com essa tese. Conforme disse, no futuro, um pesquisador que esteja biografando a personagem aqui estudada pode levantar maiores e melhores elementos, corrigindo distorções e/ou alumiando omissões.

De posse dessa informação, foi possível estabelecer o ano de nascimento de Silvestre: 1813. Era classificado como "crioulo", ou seja, um escravo negro nascido no Brasil. Aos 18 anos já exercia o ofício de carpinteiro. De todas as dezenas de escravos homens da família Coelho dos Santos, apenas quatro exerciam ofício, e todos eles eram nascidos no Brasil, fossem crioulos ou pardos. Todos os demais, dentre eles todos os escravos "africanos pretos", trabalhavam na cultura da fazenda.

Essa informação sobre o ano do nascimento de Silvestre é importante. Isso porque, por documentos contemporâneos, sabe-se que o seu filho que mais tarde se tornou médico, José, tinha irmãos mais velhos e era o caçula. Assim, Silvestre teria 50 anos de idade quando se tornou pai de José. Um dos irmãos mais velhos de José, Serapião, já era lavrador em um sítio próprio em São Pedro do Itabapoana no ano de 1877, o que nos faz presumir que teria nascido, no máximo, por volta de 1857; possivelmente antes, pois dificilmente teria menos de 20 anos de idade, embora ainda fosse jovem nessa quadra. Assim, considerando o fato de que Silvestre nasceu escravo, acumulou o pecúlio com o qual comprou sua alforria, e que isso certamente demandaria certo tempo, não seria inverossímil que tivesse constituído uma família livre já na casa dos quarenta anos. Pois esse fato também é importante citar: todos os filhos legítimos de Silvestre Coelhos dos Santos nasceram livres, de pai e mãe livres, embora Silvestre seja alforriado e não conheçamos a condição pretérita da mãe.

Outro fato importante é que Silvestre, segundo tudo indica, constituiu família já quando estava em São Pedro do Itabapoana. Não sabemos se teria se casado em Minas Gerais, ou no Espírito Santo. Nem se teve seu(s) primeiro(s) filho(s) por lá, ou por cá. Conforme disse, isso demandaria uma bem feita pesquisa cartorária e em arquivos paroquiais. Mas pelo menos dois de seus rebentos foram gerados em São Pedro do Itabapoana, um em fins da década de 1850 ou inícios da década de 1860, e o caçula José em 1863. Essas informações "batem" com o relativamente bem documentado movimento migratório que trouxe muitos mineiros da região de Oliveira e Bonsucesso para o médio Itabapoana.

Um outro fato relevante é a relação que a família Coelho dos Santos, que aqui tratamos, possuía com várias famílias dos primeiros povoadores de São Pedro do Itabapoana, entrelaçadas por laços familiares e/ou de compadrio com os Gonçalves Vivas, Castanheira, Ribeiro de Castro e Ribeiro da Silva Castro. Embora nenhum Coelho dos Santos tenha migrado para o médio Itabapoana, vários de seus parentes vieram, inclusive netos do primeiro "proprietário" do escravo Silvestre.

Assim, os indícios são mais do que grandes: são enormes.

Com fundamento nesses indícios, podemos tratar agora um pouco mais da vida de Silvestre em Minas Gerais e nos seus primeiros anos no Espírito Santo.

Conforme salientamos acima, Silvestre nasceu no ano de 1813, no distrito de Bonsucesso, Minas Gerais. Crioulo, filho de escravos, nasceu cativo. Seu proprietário era o tenente Francisco Coelho dos Santos, nascido em 1771. Silvestre era filho do "preto africano" Manoel, nascido em algum lugar do continente africano em 1781, e da escrava "preta africana" Roza, também nascida na África no ano de 1791 (VER EDIT ABAIXO). Não sabemos quando, e em que condições, Manoel e Roza chegaram ao Brasil. Possivelmente entraram pelo Rio de Janeiro, provavelmente em tempos diversos, entre o final do século XVIII e início do XIX, e dali encaminhados para Minas Gerais. Manoel era escravo de cultura, e trabalhava nas lavouras da Fazenda do tenente Francisco. Roza era fiadeira, atividade exercida por quase todas as escravas mulheres da propriedade. Ainda adolescente, Silvestre foi "encaminhado" para exercer o ofício de carpinteiro no "engenho de serra" da Fazenda. Aos 18 anos, conforme narramos, era carpinteiro, juntamente com mais dois outros escravos crioulos mais velhos que ele. Nessa época, o tenente Francisco Coelho dos Santos possuía 47 escravos, uma quantidade grande se comparada com outros fazendeiros escravagistas da região e do tempo.
EDIT: Já há alguns anos, pesquisando em fontes primárias (disponíveis cada vez mais em função do enriquecimento das documentações on line), encontrei o batismo de Silvestre Coelho dos Santos. Em um próximo artigo, espero corrigir esse erro acima: Silvestre não era filho do casal de escravos Manoel e Roza. Mantive, porém, o texto original no presente artigo, pois entendo que a construção dos tijolinhos das biografias e suas histórias também se fazem com esses erros.

Quando foi que Silvestre teria comprado sua alforria? E aonde? Informações que também não dispomos, e que temos que apenas presumir. Certamente, adquiriu sua liberdade ainda em Minas Gerais. Acreditamos nisso pelo fato de nenhum membro nuclear da família Coelho dos Santos ter migrado para o Espírito Santo. Assim, considerando que Silvestre tomou esse sobrenome por alcunha, é de se acreditar que o fez quando deixou de ser "propriedade" de um membro dessa família. Tivesse vindo para o Espírito Santo na condição de escravo, e aqui comprado sua alforria, é credível que teria tomado outro sobrenome. É provável que tenha comprado sua alforria em algum momento no final da década de 1840 e início da década de 1850, quando tinha entre 35 e 40 anos de idade. Como exercia o ofício de carpinteiro, pôde juntar dinheiro em trabalhos que, possivelmente, executava para outrem, certamente com a permissão de seus senhores. Esse fato não era incomum para a época.

O tenente Francisco Coelho dos Santos e sua mulher Joana Angélica de Castro já estavam mortos em 1851. Suas propriedades e posses, engenhos e escravos, tinham sido inventariados e repartidos por todos os sete filhos do casal, cabendo aos três filhos homens (Francisco, José e Antônio) a maior parte das terras na partilha, por compra feita junto às irmãs. Assim, considerando a data das mortes desses três filhos homens (1851, 1856 e 1862), bem como o fato de alguns de seus parentes terem começado a migrar para o Itabapoana entre 1855 e 1860 (e em maior volume na década de 1860), acredito que Silvestre tenha comprado a sua alforria entre 1851 e 1856, e emigrado com algum dos aparentados dos Coelhos dos Santos entre 1856 e 1862. Mas são só hipóteses. Em 1863 já estava estabelecido na região de São Pedro do Itabapoana, pois nesse ano nasceu seu filho caçula, José, natural do Espírito Santo.

Voltando aos laços de parentesco que uniam a família Coelho dos Santos com alguns dos primeiros fazendeiros da região de São Pedro do Itabapoana, salientamos que Felisberto Ribeiro da Silva, fundador da Fazenda União entre 1855 e 1860, era cunhado de um dos filhos do tenente Francisco. Venâncio José Vivas, sogro de Bento Gonçalves Castanheira, ambos progenitores de importantes famílias de São Pedro do Itabapoana, era casado com uma filha do tenente Francisco. E as famílias Ribeiro de Castro e Silva Castro eram a da mulher do tenente Francisco, Dona Joana Angélica. Naqueles primeiros tempos de ocupação das extensas matas virgens que cobriam toda a região do médio Itabapoana, um carpinteiro certamente era importantíssimo para os trabalhos de construção das primeiras habitações (feitas de madeira, até que começaram a ser substituídas por sólidas construções de alvenaria), bem como de senzalas, currais, e até do mobiliário. Fato é que o carpinteiro Silvestre Coelho dos Santos, ex-escravo que comprou sua alforria, emigrou para a região de São Pedro do Itabapoana em algum momento entre o final da década de 1850 e o início da década de 1860.

Ocorre então um lapso temporal de alguns anos, quando provavelmente o agora chamado mestre Silvestre esteve trabalhando em seu ofício de carpintaria e, segundo reza a tradição, também na função de pedreiro. Em 1868, com pelo menos três filhos crianças (Serapião, Agostinho e José), Silvestre Coelho dos Santos já possuía uma conta com o fazendeiro Antônio Gomes Guerra, fornecedor de madeiras serradas, carne e mantimentos para os primeiros fazendeiros do médio Itabapoana. É quase certo que nessa época já tinha formado a sua fazenda de café, chamada de São Sebastião, encravada nas terras entre a Fazenda União (de Felisberto Ribeiro da Silva) e as terras da família Ribeiro de Castro. Em 1873 já tinha acumulado bom dinheiro, quase oito contos de réis, que investiu em uma casa bancária com sede na Côrte (Rio de Janeiro); não era um fazendeiro tão rico como alguns dos que o circundavam, mas era um homem abastado nessa época. Em 1877/78, o fazendeiro Silvestre Coelho dos Santos possuía, além da Fazenda São Sebastião, uma casa no arraial de São Pedro de Alcântara (atualmente sede do distrito de São Pedro do Itabapoana, Mimoso do Sul/ES) e uma casa na cidade de Campos dos Goytacazes, norte da província do Rio de Janeiro. Caridoso, em 1878 foi um dos quotistas que fizeram uma avultada doação, em Campos, para auxiliar os flagelados pela seca no Ceará.

Uma curiosidade: em 1877, quando já era um abastado fazendeiro, mestre Silvestre não sabia ler e escrever. Quem assinava seus documentos nessa época, e à seu rogo, era o filho caçula José, então com 14 anos de idade. Tudo indica que tenha falecido sem nunca ter se alfabetizado. Nesses tempos, porém, isso não era incomum. Quase 85% da população da Freguesia de São Pedro do Itabapoana era analfabeta. Dentre os homens livres, o índice de analfabetismo chegava a quase 65%. Mas mestre Silvestre não descuidou da educação de seus filhos. Sebastião e Agostinho sabiam ler e escrever. O caçula José estudou as primeiras letras em uma boa escola no povoado de Limeira do Itabapoana, sede da Freguesia e não longe da sua fazenda. Posteriormente, seu pai mandou-o para o Rio de Janeiro, aonde complementaria os estudos e, mais tarde, ingressaria na Faculdade de Medicina.

Falamos tanto de mestre Silvestre que quase eclipsamos a história de sua esposa. Ela se chamava Arminda Maria dos Santos. Não sabemos pormenores de seu passado; quando e aonde nasceu, se foi escrava, se nasceu livre, nem como e quando chegou ao Itabapoana. Quando ambos se casaram eram, com quase toda certeza, pessoas livres. Todos os seus filhos nasceram livres. Segundo reza a tradição, conforme se infere do trabalho do grande cronista mimosense Gilberto Braga Machado, Arminda Maria certa vez salvou a vida do seu marido Silvestre, em ocasião que este adoeceu seriamente. Após passar por intensas febres e ficar bom tempo acamado, Arminda Maria tratou-o com plantas medicinais que ela mesmo coletou e preparou. Silvestre restabeleceu-se completamente poucas semanas depois. Essa história também é narrada por um descendente de mestre Silvestre, bisneto do caçula José, o professor Helio de Freitas Coelho, a quem tive o prazer de conhecer e conversar em Campos, em agosto de 2014.

Como, conforme narrei mais acima, não tive tempo e nem recursos para fazer pesquisas em registros cartoriais ou paroquiais, não sei o ano exato da morte de mestre Silvestre. Contudo, através dos documentos e informações que dispomos, conhecemos a época que faleceu: entre 1881 e 1883. Em 1881 foi quando o seu filho caçula, José, iniciou os estudos na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, e reza a tradição que Silvestre estava vivo quando isso ocorreu. E em 1884 já estava falecido, sendo o seu espólio administrado pelos seus herdeiros. Silvestre Coelho dos Santos deixou a vida com quase 70 anos e, infelizmente, não teve tempo de ver o seu filho caçula, José, formar-se médico. Sua esposa, Arminda Maria dos Santos, residindo no povoado de São Pedro de Alcântara, ainda estava viva em 1886, e tudo indica que faleceu no final da década de 1880, ou inícios da década de 1890.

Por fim, adentraremos num assunto polêmico aos olhares de hoje. Mestre Silvestre era negro e ex-escravo. Mas também foi proprietário de uma fazenda cafeeira, em um tempo aonde era usada a mão-de-obra cativa nas lavouras de café do sul do Espírito Santo. Havia escravos trabalhando em todas as fazendas circunvizinhas da Fazenda São Sebastião, como na União, na Harmonia, no Recreio e em São Carlos. Assim, considerando o fato de ser negro e ex-escravo que comprou a própria alforria, Silvestre Coelho dos Santos teria sido proprietários de escravos? Aos olhos de hoje, isso soaria estranho. Mas não podemos cair em anacronismo: na época, não era incomum que negros livres, nascidos nessa condição ou alforriados, possuíssem escravos se o pudessem.

E a resposta para a pergunta é: sim, o fazendeiro Silvestre teve escravos. Não sabemos quantos escravos ele possuiu; os maiores fazendeiros de São Pedro do Itabapoana, nessa época, não tinham muito mais que 40 ou 50 escravos. Propriedades médias podiam ter entre 15 e 20 escravos, e havia boas fazendas cujos proprietários possuíam 4 ou 5 escravos. Acredito que a Fazenda São Sebastião tenha tido, mais ou menos, essa última quantidade de cativos. Os registros que pude manusear só legaram para a posteridade um deles: um escravo de nome José, "preto" nascido em 1854, e com 32 anos quando fugiu no ano de 1886. Nessa época, mestre Silvestre já havia falecido, e o escravo pertencia à sua esposa Arminda Maria, embora parecesse trabalhar para seu filho Serapião que, ao que parece, passou a administrar a Fazenda São Sebastião quando seu pai morreu.

Interessantemente, o filho José, quando estudante no Rio de Janeiro, passou a conviver com uma causa que tomava cada vez mais vulto e caía definitivamente no gosto e bom grado da opinião pública: a causa abolicionista. José Coelho dos Santos, estudante de medicina na Côrte, tornou-se "oficialmente" um militante abolicionista em junho de 1883, embora seu movimento fosse bem moderado e alinhasse-se mais para um emancipacionismo gradual. Anos mais tarde, também passaria a militar na causa republicana. Mas isso é uma outra história, que contaremos na segunda parte do presente artigo.


Gerson Moraes França