> BARÃO DE ITAPEMIRIM
O presente artigo é objetivo. Aqui colocamos dados sobre a vida de Joaquim Marcellino da Silva Lima, o Barão de Itapemirim. Em nossas pesquisas conseguimos clarear vários dados e fatos da vida do Barão de Itapemirim onde, na historiografia, havia lacunas ou inconsistências. Aproveitamos, também, para agregar em um só local alguns dos dados e fatos já conhecidos, de modo que o pesquisador os obtenha com objetividade. Dados genealógicos de casamentos e filhos não foram aqui elencados. Vamos lá.
BATISMO
12 de dezembro de 1781, na Sé de São Paulo, Capitania de São Paulo.
Joaquim, filho de Joaquim José da Silva e de Ana Fernandes Lima.
Fonte: São Paulo, Parochia da Sé, Livro 5 - Baptizados 1780-1784, volume 40, pag. 77 verso.
CASAMENTO DOS PAIS:
27 de fevereiro de 1781, na Capela da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo, São Paulo.
Joaquim Joze da Sylva, natural de Campos dos Goitacazes, e Anna Fernandes Lima, natural de São Paulo.
Observação: nesse registro é possível conhecer os ascendentes de Joaquim Marcelino (avós e bisavós), com suas respectivas naturalidades.
![]() |
Assento de matrimônio de Joaquim José da Silva e Ana Fernandes Lima |
RESIDÊNCIA DO CASAL:
Residiram pouco tempo em São Paulo e mudaram-se para o Rio de Janeiro.
De 1790 em diante, residiram em Campos dos Goitacazes.
CHEGADA AO ESPÍRITO SANTO:
Janeiro de 1797. Compraram uma posse em Benevente (atual Anchieta), que seria a origem da Fazenda Três Barras, onde seria construído um engenho e haveria lavouras de cana. Possivelmente Joaquim mudou-se junto com seus pais.
PROPRIETÁRIO DA FAZENDA TRÊS BARRAS:
1807, por compra feita junto aos próprios pais.
Essa fazenda foi, posteriormente, vendida (em alguns momento antes dos anos 1850).
PROPRIETÁRIO DA FAZENDA SANTO ANTÔNIO DO MUQUI:
Janeiro de 1820, por compra feita junto a Gertrudes Maria do Espírito Santo, viúva de Miguel Antônio de Oliveira.
REGISTRO DA PATENTE DE TENENTE DE MILÍCIAS:
Conferida e confirmada a Joaquim Marcellino da Silva Lima. Foi confirmada por Dom João VI no Rio de Janeiro, em 22 de outubro de 1810, e registrada em Victoria no dia 13 de outubro de 1811.
Patente concedida por Fernando José de Portugal em 1799, quando Governador e Capitão General da Capitania da Bahia (1788/1801), a qual a Capitania do Espírito Santo estava subordinada no militar, à época.
![]() |
Caput do registro da carta patente conferida a Joaquim Marcelino da Silva Lima |
MUNDANÇA PARA ITAPEMIRIM:
Entre janeiro e outubro de 1820.
FICHA DO CAPITÃO JOAQUIM MARCELLINO:
Ficha do Capitão Joaquim Marcelino da Silva Lima, feita pelo Coronel José Francisco de Andrade e Almeida Monjardim e datada do dia 30 de junho de 1823. Este último era o comandante do Regimento de Infantaria de 2ª Linha; Silva Lima era o comandante da Oitava Companhia da referida tropa, sediada em Benevente (atual Anchieta).
Nessa época, o Espírito Santo tinha os seguintes corpos de tropa: Corpo de Tropa de Linha, Corpo de Pedestres, Batalhão de Artilharia de 2ª Linha e Regimento de Infantaria de 2ª Linha. Este último estava composto por várias Companhias, e Silva Lima era comandante de uma delas.
Assim está na "ficha": a patente (Capitão), o nome (Joaquim Marcelino da Silva Lima), a idade (41 anos), o tempo de serviço em tropa de linha (não havia ainda completado um ano), o tempo de serviço em milícias (24 anos; portanto, iniciou em milícias aos 17 anos de idade, em 1799), a data do decreto de sua nomeação para a tropa de 2ª linha (16/dez/1822), lugar de residência e distância da sede da companhia (residia em Itapemirim, a seis léguas de Benevente), e um interessante campo de "Nobreza, ocupação, disposição física e aptidão para o serviço, bom ou mau comportamento militar (Senhor de Engenho, rico, robusto para o serviço, inteligente, bom comportamento militar, e com adesão à causa do Império).
Uma "ficha" muito abonadora. E realmente o era; em outras "fichas", o comandante da tropa não poupou críticas à outros oficiais.
REGISTROS DOS TÍTULOS RECEBIDOS:
> Hábito de Cavaleiro da Imperial Ordem de Nosso Senhor Jesus Cristo
Decreto de 04 de abril de 1825 (Ordem de Cristo)
> Oficial da Imperial Ordem da Rosa
Decreto de 25 de março de 1845 (Ordem da Rosa)
> Barão de Itapemerim:
Decreto de 15 de dezembro de 1846
> Barão com Honras de Grandeza de Itapemirim:
Decreto de 31 de dezembro de 1849
![]() |
Joaquim Marcellino da Silva Lima |
![]() |
Quadro do Barão de Itapemirim |
ÓBITO
18 de dezembro de 1860 (79 anos)
Causa da morte: Derrame (ataque de estupor, ataque apoplético).
Estava em Bananal (atual Pacotuba, distrito de Cachoeiro de Itapemirim) e foi conduzido para sua fazenda no Itapemirim.
Sepultado na Capela da Fazenda Santo Antônio do Moqui, Itapemirim, Província do Espírito Santo.
![]() |
Palacete do Barão de Itapemirim, na Fazenda Santo Antônio do Muqui Itapemirim, Espírito Santo |
Pesquisa e texto:
Gerson Moraes França