Continuando.
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No curso da leitura do livro de Fernando Achiamé, "O Espírito Santo na Era Vargas (1930-1937)", logo me deparei com as "verdades cristalizadas" referentes à mudança da Comarca de São Pedro para Mimoso, em 1930. Abordando um tema amplo, com prazo definido, circunscrito à todo o Estado, é perfeitamente compreensível que o grande autor buscasse, ao menos em matérias locais interioranas de temas específicos, as fontes secundárias existentes. Em relação à São Pedro / Mimoso, Achiamé consultou algumas das obras conhecidas, e entrou em contato com uma historiadora local, Rosângela Guarçoni, em 2005. Bebeu dessas fontes para reproduzir, em seu trabalho, a "verdade cristalizada" acerca dos acontecimentos de 1930 em nosso Município atual de Mimoso do Sul.
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Achiamé não cometeu erro algum, em relação à São Pedro / Mimoso: apenas retratou em sua obra um "erro histórico" hoje sedimentado, que vem sendo construído e incrementado através dos tempos. Importante também salientar que estou aqui focando no assunto específico "mudança da Comarca em 1930", pois os temas abordados por Achiamé são muito mais amplos e abrangentes. E, com muita propriedade, o autor foi excelente em sua pesquisa e em seu trabalho, considerando o todo - e, também, quem sou eu para criticar o mestre?
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No curso da leitura do livro de Fernando Achiamé, "O Espírito Santo na Era Vargas (1930-1937)", logo me deparei com as "verdades cristalizadas" referentes à mudança da Comarca de São Pedro para Mimoso, em 1930. Abordando um tema amplo, com prazo definido, circunscrito à todo o Estado, é perfeitamente compreensível que o grande autor buscasse, ao menos em matérias locais interioranas de temas específicos, as fontes secundárias existentes. Em relação à São Pedro / Mimoso, Achiamé consultou algumas das obras conhecidas, e entrou em contato com uma historiadora local, Rosângela Guarçoni, em 2005. Bebeu dessas fontes para reproduzir, em seu trabalho, a "verdade cristalizada" acerca dos acontecimentos de 1930 em nosso Município atual de Mimoso do Sul.
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Achiamé não cometeu erro algum, em relação à São Pedro / Mimoso: apenas retratou em sua obra um "erro histórico" hoje sedimentado, que vem sendo construído e incrementado através dos tempos. Importante também salientar que estou aqui focando no assunto específico "mudança da Comarca em 1930", pois os temas abordados por Achiamé são muito mais amplos e abrangentes. E, com muita propriedade, o autor foi excelente em sua pesquisa e em seu trabalho, considerando o todo - e, também, quem sou eu para criticar o mestre?
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[Abrindo adendo: Alguns acontecimentos da revolução de 1930 no Estado do Espírito Santo acabaram se sedimentando como fatos "quase verdadeiros". É o caso, por exemplo, da invasão e ocupação de Afonso Cláudio, por forças mineiras. Uma declaração de João Punaro Bley, que se encontrava no Estado quando das operações de 1930, em suas memórias, induziram vários historiadores ao erro. Constatei em minhas pesquisas, em fontes primárias e secundárias, que João de Calhau não esteve em Afonso Cláudio. Lá estiveram foram os "soldados" arregimentados por Calhau em Ipanema/MG, que foram colocados à disposição do Comando Revolucionário do setor do Vale do Rio Doce, que os despacharam para operar no alto Guandú. Mas isso é outro assunto]
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O exemplo de "equívoco" no adendo acima também aconteceu em relação à São Pedro do Itabapoana e Mimoso, embora de modo diferente. As versões construídas através dos tempos foram mudando a realidade, de forma à subvertê-la em grande parte. Se em Afonso Cláudio o equívoco foi circunstancial, não desvirtuando substancialmente realidades e fatos, em Mimoso do Sul a "nova construção da realidade" redefiniu fatos e atuações de personagens. Enfim: mudou-se a história, tal como ela aconteceu realmente. Perrepistas viraram getulistas; "carcomidos" viraram "aliancistas"; dentre outras aberrações menores ou menos relevantes.
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Consultando fontes primárias, contemporâneas aos fatos, bem como entrevistando várias pessoas que viveram os acontecimentos de 1930 em São Pedro e em Mimoso, consegui restaurar a história verdadeira, tal como ocorreu de fato. Foram anos de pesquisas. Em memória aos aliancistas são-pedrenses e mimosenses, é preciso trazer à tona a verdadeira história, e o papel dos personagens que a construíram. Sem ficções, e sem construir mitos fictícios.
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Continua no próximo post.
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