segunda-feira, 1 de julho de 2024

Joaquim Marcelino da Silva Lima, o Barão de Itapemirim: Registros para uma Biografia.

REGISTROS PARA UMA BIOGRAFIA
> BARÃO DE ITAPEMIRIM

O presente artigo é objetivo. Aqui colocamos dados sobre a vida de Joaquim Marcellino da Silva Lima, o Barão de Itapemirim. Em nossas pesquisas conseguimos clarear vários dados e fatos da vida do Barão de Itapemirim onde, na historiografia, havia lacunas ou inconsistências. Aproveitamos, também, para agregar em um só local alguns dos dados e fatos já conhecidos, de modo que o pesquisador os obtenha com objetividade. Dados genealógicos de casamentos e filhos não foram aqui elencados. Vamos lá.

BATISMO
12 de dezembro de 1781, na Sé de São Paulo, Capitania de São Paulo.
Joaquim, filho de Joaquim José da Silva e de Ana Fernandes Lima.
Fonte: São Paulo, Parochia da Sé, Livro 5 - Baptizados 1780-1784, volume 40, pag. 77 verso.

Batismo de Joaquim, filho de Joaquim José da Silva e de Ana Fernandes


CASAMENTO DOS PAIS:
27 de fevereiro de 1781, na Capela da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo, São Paulo.
Joaquim Joze da Sylva, natural de Campos dos Goitacazes, e Anna Fernandes Lima, natural de São Paulo.
Observação: nesse registro é possível conhecer os ascendentes de Joaquim Marcelino (avós e bisavós), com suas respectivas naturalidades.

Assento de matrimônio de Joaquim José da Silva e Ana Fernandes Lima


RESIDÊNCIA DO CASAL:
Residiram pouco tempo em São Paulo e mudaram-se para o Rio de Janeiro.
De 1790 em diante, residiram em Campos dos Goitacazes.

CHEGADA AO ESPÍRITO SANTO:
Janeiro de 1797. Compraram uma posse em Benevente (atual Anchieta), que seria a origem da Fazenda Três Barras, onde seria construído um engenho e haveria lavouras de cana. Possivelmente Joaquim mudou-se junto com seus pais.

PROPRIETÁRIO DA FAZENDA TRÊS BARRAS:
1807, por compra feita junto aos próprios pais.
Essa fazenda foi, posteriormente, vendida (em alguns momento antes dos anos 1850).

PROPRIETÁRIO DA FAZENDA SANTO ANTÔNIO DO MUQUI:
Janeiro de 1820, por compra feita junto a Gertrudes Maria do Espírito Santo, viúva de Miguel Antônio de Oliveira.


REGISTRO DA PATENTE DE TENENTE DE MILÍCIAS:
Conferida e confirmada a Joaquim Marcellino da Silva Lima. Foi confirmada por Dom João VI no Rio de Janeiro, em 22 de outubro de 1810, e registrada em Victoria no dia 13 de outubro de 1811.
Patente concedida por Fernando José de Portugal em 1799, quando Governador e Capitão General da Capitania da Bahia (1788/1801), a qual a Capitania do Espírito Santo estava subordinada no militar, à época.

Caput do registro da carta patente conferida a Joaquim Marcelino da Silva Lima


MUNDANÇA PARA ITAPEMIRIM:
Entre janeiro e outubro de 1820.


FICHA DO CAPITÃO JOAQUIM MARCELLINO:


Ficha do Capitão Joaquim Marcelino da Silva Lima, feita pelo Coronel José Francisco de Andrade e Almeida Monjardim e datada do dia 30 de junho de 1823. Este último era o comandante do Regimento de Infantaria de 2ª Linha; Silva Lima era o comandante da Oitava Companhia da referida tropa, sediada em Benevente (atual Anchieta).
Nessa época, o Espírito Santo tinha os seguintes corpos de tropa: Corpo de Tropa de Linha, Corpo de Pedestres, Batalhão de Artilharia de 2ª Linha e Regimento de Infantaria de 2ª Linha. Este último estava composto por várias Companhias, e Silva Lima era comandante de uma delas.
Assim está na "ficha": a patente (Capitão), o nome (Joaquim Marcelino da Silva Lima), a idade (41 anos), o tempo de serviço em tropa de linha (não havia ainda completado um ano), o tempo de serviço em milícias (24 anos; portanto, iniciou em milícias aos 17 anos de idade, em 1799), a data do decreto de sua nomeação para a tropa de 2ª linha (16/dez/1822), lugar de residência e distância da sede da companhia (residia em Itapemirim, a seis léguas de Benevente), e um interessante campo de "Nobreza, ocupação, disposição física e aptidão para o serviço, bom ou mau comportamento militar (Senhor de Engenho, rico, robusto para o serviço, inteligente, bom comportamento militar, e com adesão à causa do Império).
Uma "ficha" muito abonadora. E realmente o era; em outras "fichas", o comandante da tropa não poupou críticas à outros oficiais.


REGISTROS DOS TÍTULOS RECEBIDOS:

> Hábito de Cavaleiro da Imperial Ordem de Nosso Senhor Jesus Cristo
Decreto de 04 de abril de 1825 (Ordem de Cristo)

> Oficial da Imperial Ordem da Rosa
Decreto de 25 de março de 1845 (Ordem da Rosa)

> Barão de Itapemerim:
Decreto de 15 de dezembro de 1846

> Barão com Honras de Grandeza de Itapemirim:
Decreto de 31 de dezembro de 1849


Joaquim Marcellino da Silva Lima
Quadro do Barão de Itapemirim




















ÓBITO
18 de dezembro de 1860 (79 anos)
Causa da morte: Derrame (ataque de estupor, ataque apoplético).
Estava em Bananal (atual Pacotuba, distrito de Cachoeiro de Itapemirim) e foi conduzido para sua fazenda no Itapemirim.
Sepultado na Capela da Fazenda Santo Antônio do Moqui, Itapemirim, Província do Espírito Santo.




Palacete do Barão de Itapemirim, na Fazenda Santo Antônio do Muqui
Itapemirim, Espírito Santo


Pesquisa e texto:
Gerson Moraes França

9 comentários:

  1. Muito bom! Esclarecidas algumas dúvidas sobre este importante personagem da história do Espírito Santo! Parabéns, Gerson!

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  2. Matéria boa de se ler, bons conteúdos para ficarmos mais a par como surgiu Itapemirim...

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    1. Obrigado! Sim, ajudando a descortinar nossa história, aos poucos...

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  3. Estive nesse sítio arqueológico mas era tarde. Ele já tinha sido revirado. Infelizmente muitos elementos da cultura material estão em casas de
    Pessoas como relíquia sem
    Sentido

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  4. Belo trabalho!
    A segunda esposa do Barão de Itapemirim: a
    Baronesa Leocádia da Silva Lima (nascida Tavares da Silva Medella) era irmã de uma das minhas pentavós:
    Anna Bello de Araújo (nascida Tavares da Silva Medella). Anna era casada com o português Capitão José Bello de Araújo.

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  5. Opa. Muito bacana esse registro. Meu trisavo Franklin moreira gomes era filho de antonio moreira da Silva lima,.possível parente do barão. Era de itpemirim, e encontrei registro de qque antonio deixou para Franklin duas fazendas, a de ouvidor e outra da ilha, possivelmente ilha do gato

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  6. Teria como traçar uma árvore genealógica dos ascendentes de antonio.????

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  7. Meu nome é Flávio Silva moreira

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